sexta-feira, 7 de junho de 2013

A metodologia do silêncio: uma reflexão

 

silencio

 

O ser humano gosta de ser organizado, não obstante, o amontoado de afazeres que o ocupa no dia a dia. Todavia, um questionamento, parece exaurir de um eu inquietante. Onde fica o silêncio como um valor, ou a exacerbante ideia  de que “quem cala consente? A resposta é simples e enobrece a pessoa. A presença deste grande amigo, o silêncio, faz fluir reflexões, descobrir quem somos e leva-nos à mais longa viagem jamais vista no ser humano, a que se faz para dentro de nós. Quem trilha o caminho do silêncio sempre se encontra.

O silêncio ajuda-nos a tocar no mistério do nosso interior, a descobrir o que devemos alimentar, corrigir, acertar ou avançar dentro da personalidade e do caráter. Este sossego empolga a vida a faz crescer, no dia em que nos importamos com o que somos de verdade. Charles Chaplin nos ensina: “O som aniquila a grande beleza do silêncio”. Tudo o que confidenciamos ao silêncio, ele o guarda no eterno do que somos. Por outras palavras ele nunca nos trai.

Pelas estradas da vida, quantas coisas nos são propostas, projetos apresentados, idéias fascinantes, delicadamente, presenteadas. Somos assediados com o doce das conversas, com o que ouvi dizer, talvez você ainda não saiba e um ramalhete de coisas. É assim, que o golpe do mexerico, intriga, bisbilhotice aumenta sua audiência, vislumbrando atingir o caráter despedaçando a personalidade. Esta contundente ou cortante metodologia só atinge as pessoas que não valorizam o silêncio. Nunca esqueça das palavras de William Shakespeare: “Muitas vezes, o silêncio da pura inocência persuade, quando as palavras malogram, vale dizer: esperdiçam, inutilizam, frustram”. 

O silêncio não é um bosque onde me refugio da realidade do mundo. Tampouco, é uma montanha onde fico acima de todos. É uma garantia, que fala tudo o que tenho a dizer. Aprendi a fazer silêncio com os que mais falam, ou melhor, com os que pensam que falam. khalil Gilbram profetiza: “Aprendi a fazer silêncio com os falantes, tolerância com os intolerantes e gentileza com os rudes. Não posso ser ingrato com esses professores”. 

O silêncio oferece a melhor resposta. Sempre nos escuta. Disponibiliza energias necessárias para o controle do sistema nervoso e oferece palavras onde posso celebrar o diálogo mais profícuo com o eu, logo é um grande valor. A expressão “quem cala consente”, é a artilharia dos maldizentes. Não está em harmonia com a paz interior. Alfred de Vigny esclarece: “Somente o silêncio é grande, o resto é fraqueza”.

Quem trilha pelos caminhos deste respeitável, venerável defensor da paz, protege a benignidade da palavra, propícia um amanhã mais promissor para consigo e para com os outros. É uma calamidade não possuir bastante espírito para falar bem, assim nos assegura o bom senso. O silêncio é o melhor professor, sua metodologia não falha e seus resultados jamais tiveram um déficit em quem o levou a sério. Pensemos nisso.

Cônego Manuel Quitério de Azevedo

Colunista do Portal Ecclesia.

Arquidiocese de Diamantina (MG). Bacharel e mestre em teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia de Assunção (SP); doutor em teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (Itália).

Da redação do Portal Ecclesia.

 

O Valor do Silêncio

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