terça-feira, 15 de abril de 2014

JESUS AMA O JUDAS

 

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No evangelho de hoje, na homilia feita por Pe. Wagenr Baia Deus falou comigo.

– “ Jesus disse durante a ceia que um entre aqueles iria lhe trair, Jesus sabia quem seria o seu traidor. Simão Pedro faz um sinal para quem estava ao lado de Jesus, para que lhe perguntasse quem seria o traidor e Jesus responde: é aquele a quem eu darei um pão molhado no molho.

Dar o pão passado no molho era um gesto de carinho, Jesus amava Judas.

Judas era o discípulo de confiança de Jesus e de todos, era ele que guardava a bolsa com o dinheiro das ofertas, era ele o tesoureiro. 

A personalidade de Judas sempre me instigou, nunca gostei de condenar Judas, nunca gostei da brincadeira de “queimar o Judas”, talvez porque eu já sentia no meu íntimo que não devemos julgar ninguém, mesmo os que nos fazem muito mal, mesmo os que nos traem, mesmo os que nos matam.

Sempre acreditei que todo ser humano tem uma centelha divina e que essa centelha é a bondade que Deus dá assim que somos concebidos. É uma centelha, basta que seja assoprada e ela poderá ser acesa.

As pessoas que fazem mal aos outros são as maiores vitimas de si mesmas, são as que mais sofrem, não tenho duvidas disso. Existe algo muito forte dentro de nós chamado consciência e existe algo muito terrível que é o remorso. Em algum momento acordaremos para a dura realidade, se for aqui na Terra com o arrependimento, com o auto perdão e perdão ao próximo, com a confissão, com a reparação, com a misericórdia podemos chegar ao céu. Se for pós morte, será no inferno, ou purgatório. A certeza é que acordaremos um dia das maldades que fazemos ao outro.

Voltando a Judas, voltando ao pão passado no molho… dizemos sempre “ dizei uma palavra e eu serei salvo” e hoje Jesus disse ao meu coração – “ eu te dou minha filha, um pedaço de pão com molho”. Nesse momento me senti perdoada por Deus, me senti amada por Jesus, como ele fez com Judas.

Jesus sabia que Judas o trairia, mesmo assim fez um último gesto de carinho, uma ultima tentativa de fazer Judas acordar do transe da maldade que o envolvia, infelizmente o mal nessa hora foi maior que o bem que Jesus fez naquele momento, após dar o pão Jesus disse: “faça depressa o que tens que fazer” e nessa hora o mal entrou em Judas , ele saiu e traiu Jesus miseravelmente.

Judas merece a nossa misericórdia e Jesus teve misericórdia de Judas e tem de todos os miseráveis, dos que o traem.

Hoje Jesus me deu o pão com molho e diferente de Judas eu saí do mal, esse gesto amável de Jesus me tirou do mal, me tirou dos pensamentos negativos que assombravam a minha mente, me tirou do mal das palavras duras que eu disse ao meu Cireneu, a aquele que me ajuda diariamente a carregar a minha cruz.

Obrigada Meu Deus, obrigada Jesus, obrigada Espírito Santo por sempre está ao meu lado me instruindo, me mostrando o quanto Deus me ama, muitas vezes eu sendo Judas.

Augusto Cury em seu Livro O Mestre Inesquecível foi quem apresentou uma forma interessante da personalidade de Judas, como disse, eu  entendia Judas antes disso, sempre vi Judas uma grande vitima da sua pequenez.

Judas amava Jesus, foi fraco, permitiu que o mal de forma mesquinha entrasse dentro dele, e não suportando a dor tirou a própria vida.

Pérolas do Augusto Cury no livro O Mestre Inesquecível:

“ Judas era moderado, dosado, discreto, equilibrado e sensato. Nada há que desabone o comportamento de Judas.

Não há elementos que indiquem se era tenso, ansioso ou inquieto. Não há relatos que tenha ofendido alguém nem que tenha tomado atitude agressiva ou impensada.

Jesus chamou a atenção de Pedro diversas vezes e de João diversas vezes. Chamou a atenção de Tomé por sua incredulidade. A Felipe disse: “ Há tanto tempo estou convosco e não me conheces?” Entretanto Jesus jamais chamou a atenção de Judas, a não ser na noite em foi traído.

Aparentemente, era o que o que mais pensava nos outros, o mais moralista e sensível dos discípulos.

Sabia lidar com contabilidade, por isso cuidava  da bolsa das ofertas. Era provavelmente o mais culto, o mais esperto, o mais eloquente e o mais polido de seus pares. Não fazia escândalos e nem tinha  comportamentos que perturbassem  o ambiente. Agia silenciosamente.

Judas parecia ser o que menos tinha atitudes negativas e conflitos de personalidade. O grande problema  era que ele nunca tratara seus conflitos adequadamente. Pequenas frustrações se transformavam em monstros, pequenas pedras em montanhas.

Não entendia seus sentimentos mais profundos. Embora moralista e dosado, tinha dificuldade de penetrar  no próprio mundo e reconhecer  suas mazelas. Sabia julgar, mas não sabia compreender. Errava pouco exteriormente. No secreto do seu ser devia exaltar a si mesmo.

Uma das piores características de Judas era não ser uma pessoa transparente. Antes de trair Jesus, traiu a si mesmo.

O maior traidor da história foi o maior carrasco de si mesmo.

Peçamos a Deus para matar dentro de nós o Judas que temos intimamente.

Peçamos a Deus para saber identificar os Judas que temos como companheiros e que possamos dar a eles um pedaço de pão com molho, numa tentativa incessante de faze-los acordar de si mesmos para acordar para Cristo.

Amém! 

 

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